A criatividade de Hollywood está acabando?


   

  Com o primeiro filme sendo exibido pela primeira vez em 1895, a indústria cinematográfica cresceu em proporções inimagináveis, principalmente na última década. Atingindo valores absurdos em bilheterias, filmes cada vez mais ganham um investimento maior para arrecadar dinheiro para os cofres dos estúdios. Em meio a esse movimento estamos vendo cada vez mais os cinemas com adaptações  de livros ou HQ’s, reboots  e as tão amadas e ao mesmo tempo odiadas continuações e spin-offs (filmes derivados).

   Esse ano passaram pelos nossos cinemas os títulos como O Rei Leão, Aladdin, MIB: Homens de Preto Internacional, Toy Story 4, Detetive Pikachu, Hobbs e Shaw e o Dumbo.  E podemos citar outro que está presente na vida de várias gerações “My name ins bond”, James bond até o momento já conta com 26 filmes e tem outros a caminho, é uma franquia que Hollywood não está pronta para abrir mão.

  E a pergunta que mais importa para os estúdios, está funcionando? Sim. Se tem uma coisa que Hollywood sabe é vender bem seu peixe, e às vezes uma boa campanha de marketing, aliada ao total domínio das salas de exibição, inclusive e principalmente fora dos EUA, é mais relevante na hora de garantir o sucesso de um filme do que a própria qualidade da produção. E para que mexer em time que está ganhando? A tendência é que essa onda de adaptações e reboots siga até se esgotar.

  O público de 30 anos atrás já não é mais o mesmo. Recentemente uma pesquisa do Ibope revela que os grupos mais assíduos nos cinemas são os jovens entre 12 e 19 anos (28%), depois aparecem os adultos entre 25 e 34 anos (26%). Essa geração cresceu e ainda cresce lendo livros como Harry Potter, quadrinhos, jogos e até mesmo contos de fadas. Por isso há uma forte e compreensível tendência para adaptações de best-seller, games e HQ’S para as telonas. Devemos lembrar que os estúdios são empresas e como empresas precisam de lucro e ate o momento tem conseguido desta forma.
  
  Como ponto negativo desta onda de investimento em “blockbusters” são os descartes de ideias originais, ou seja, provavelmente estamos perdendo grandes histórias por essa política. Aliás, esse termo “blockbuster” que já foi nome da maior locadora do mundo, que encerrou as atividades em 2013. Um filme recebe tal nome, geralmente, quando houve um orçamento muito grande envolvido na produção em marketing, filmes feitos com a intenção de ter um grande lucro.

  O estúdio Pixar que é responsável pelos maiores sucessos de animação deste século, entre eles Procurando Nemo, Os Incríveis , Carros, Up Altas Aventuras entre outros grandes sucessos.  Anunciou recentemente  que vai  se dedicar a produções originais no próximos anos, inclusive esse era um dos “mandamentos” do inicio do estúdio, mas nos últimos anos  isso acabou ficando meio de lado, de 2016 pra cá a Pixar lançou cinco filmes, deles apenas, Viva – A Vida é Uma Festa, é uma nova propriedade intelectual e é um filme 100% original. Os outros quatro são Procurando Dory, Carros 3, Os Incríveis 2 e Toy Story 4 que são sequências ou derivados de outras obras da própria Pixar.

  Sou grande fã da sétima arte, gosto de “blockbusters” como a maioria das pessoas. Mas, sinto falta de produções com histórias com algo diferente do que estamos  acostumados a ver, e isso está cada vez mais difícil de se encontrar. Vida longa aos filmes!




 

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