Recentemente
navegando em redes sociais algo chamou minha atenção, era a apresentação de um
super-herói identificado como o melhor
de todos os tempos, seus principais poderes são: prever o perigo, audição
aprimorada, martelo poderoso, capacidade de alterar seu tamanho, poder de
paralisar inimigos, manipulação de realidade, alta resistência, onipresença,
velocidade aumentada e fator de cura acelerado. Somente com essa descrição
podemos pensar em: Homem de Ferro, Thor, Superman, Homem formiga, entre tantos
outros que estão em alta hoje em dia, mas estamos falando de um herói latino, o
incrível Chapolim colorado.
Chapolim é uma
criação de Roberto Bolãnos, é um herói atrapalhado e que em nenhum momento
passa a imagem de ser poderoso, mesmo tendo todos os atributos já citados. Em
uma entrevista para uma emissora de televisão argentina, Bolãnos foi questionado
o que ele achava do Hemam e do Superman,
e ele respondeu da seguinte maneira:
“ Não são heróis! Herói é o Chapolim. E isso é sério! O heroísmo não consiste em não sentir medo, e sim superá-lo. Aqueles que não tem medo, Batman e Superman são superpoderosos e não podem ter medo. Chapolim colorado morre de medo, é burro, é tonto, etc. E consciente dessas deficiências, ele enfrenta o problema, isso é ser herói”
Neste trecho da
entrevista é possível ver que ele é um herói muito mais humano do que
imaginamos, somos todos os dias convidados a realizar algo em nossas vidas,
seja por vontade própria, seja pela necessidade de atender o outro, sejam pelas
circunstâncias da própria vida. Esse é um dos motivos do grande destaque dado
ao Chapolim, conseguimos nos enxergar agindo como ele em algumas situações,
aquele frio na barriga de uma entrevista de emprego, o nervosismo de uma
apresentação em público, a tensão do primeiro dia na escola, entre tantas
outras situações que mesmo com medo, seguimos em frente.
O Chapolin Colorado
surgiu para satirizar os heróis norte-americanos com seus
"superpoderes" e fazer uma crítica social em relação à América
Latina. É um herói sem dinheiro, sem recursos, sem inventos sensacionais. O
personagem surgiu em um momento de grande visibilidade para a América Latina. A
estréia da série foi em 1970, ano da Copa do Mundo de Futebol, realizada no
México. Mesmo sendo um programa de humor haviam episódios que abordavam temas
vividos na época, um exemplo é um episódio que um soviético quer obrigar uma
camponesa a se casar com ele. A moça chama por Chapolin, mas quem aparece é o
Super Sam (Ramón Valdés), sátira ao Tio Sam norte-americano. A disputa dos dois
foi ao ar em 1973, em plena Guerra Fria. O Super Sam é uma representação do poder norte-americano
e usa um uniforme semelhante ao do Superman
com direito ao famoso símbolo no peito do traje azul – e cartola com as
cores da bandeira norte-americana.
O Chapolim marcou a
infância de muita gente, inclusive a minha.
Lembro-me muito bem que era apresentado antes do Chaves, e era umas das últimas
coisas que eu assistia antes de ir para
escola. E tenho certeza que marcou a vida de milhares pelo mundo, o herói, ao
lado de "Chaves", foi exibido em mais de 100 países e traduzido para
mais de 50 idiomas. Uma mensagem que ele sempre deixou é que faça o que tem que
ser feito, mesmo com medo, mesmo não sendo o melhor, falhar faz parte da
jornada e que todos somos super-heróis de nossas vidas.
“Mais vale prevenir do que dois voando”*
*Para quem
nunca assistiu nenhum episódio, uma grande característica do Chapolim era se
confundir quando ia falar ditados populares.
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