O fim das curtidas.

     



    Há  algum tempo começou a circular rumores que o número de curtidas de uma foto no Instagram iriam ficar ocultos para o público sendo  que essa informação somente estaria disponível para o criador do conteúdo. No F8 deste ano, que é a feira do Facebook(Dono do Instagram) essa informação foi confirmada para alegria de alguns de tristeza de outros.

      De acordo com o The Verge, um porta-voz não identificado pelo site, afirmou que o objetivo principal é “tirar a pressão” de cima do usuário. Recentemente a pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, identificou que o Instagram é a rede social mais nociva à saúde mental, principalmente entre os jovens, que são constantemente bombardeados com pessoas vivendo os ” sonhos”.    
     O estudo mostrou que o compartilhamento de fotos pelo Instagram impacta negativamente o sono, a autoimagem e  aumenta o medo dos jovens de ficar por fora dos acontecimentos e tendências (FOMO, fear of missing out). Lembrando que a pesquisa aponta que todas as redes sociais podem causar isso, mas em menor proporção.    
      Grande questão é como isso vai afetar a relação com os influenciadores ou empresas, por um viés positivo isso  estimula a criação de conteúdo de qualidade, pois, agora terão que incentivar uma interação através dos comentários, que por hora ainda serão públicos. Outro ponto positivo é que a “indústria dos likes” será afetada, o que pode deixar mais fácil de identificar os verdadeiros influenciadores.    
      O efeito negativo que pode ocorrer é a queda no número de ” likes” nas publicações. A  quantidade de likes é um indicador que o criador da rede está no caminho certo. Ocultando esta informação, o efeito negativo pode ser a diminuição de likes. Lembrando que os usuários dos “Stories” já estão adaptados a essa realidade, pois os dados de interação já são direcionados apenas ao criador.   
      Analisando a pesquisa sobre os danos causados a saúde, imagino que muitos concordam com essa decisão, pois, é por uma causa nobre. Sempre temos que buscar um contraponto, o mercado de influenciadores digitais movimentou, mundialmente, US$ 4 bilhões em 2017 de acordo com Mediakix, maior parte deste montante foi resultado de negociações diretas com os influenciadores, ou seja o Instagram não ganhou o que gostaria. Lembrando que maior fonte de renda da rede social são os anúncios, os influenciadores movimentam a rede, mas se tornam indiretamente concorrentes nesse ponto. 
    Um estudo da Edison Research aponta que, nos Estados Unidos, justamente o mercado mais lucrativo para a companhia, a base de usuários do Facebook diminuiu em cerca de 15 milhões, grande parte por culpa dos escândalos sobre a privacidade, e entre os jovens existem o pensamento que a rede perdeu o “status de cool” e estão migrando para outras rede como o próprio Instagram. 
   Se os testes iniciais ocorrerem de forma normal, em breve essa novidade estará disponível para todos. E deixa em aberto uma questão, vão parar somente nos “likes”? Ou em breve veremos outros tópicos sendo ocultados do púbico? Não temos respostas para essas questões, mas devemos pensar sobre elas, para entender o caminho das redes sociais no futuro.  

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